Paulistano, protestante, palmeirense fanático, apaixonado por esporte e história. Vem comigo.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

HÁ PRATICAMENTE 10 ANOS, EM OUTRA "FINAL ANTECIPADA"...

Meus caros leitores e leitoras. É do conhecimento de todos vocês, que o grande jogo dessa semana, foi a "final antecipada" entre Cruzeiro vs Botafogo, diante das campanhas que ambas equipes estão fazendo pelo Campeonato Brasileiro.
O jogo de ontem(18 de setembro de 2013), vencido pela equipe mineira(3-0, gols de Nilton e Júlio Baptista), além de deixar o campeonato praticamente com um campeão, me fez remeter a minha mente, para uma outra "final antecipada", a do Campeonato Brasileiro de 2003, que também tinha o Cruzeiro como protagonista dessa decisão.

Era um sábado, 20 de setembro de 2003, uma tarde agradável no Mineirão com 65 mil torcedores. Cruzeiro e Santos faziam o jogo mais esperado do campeonato. Ambos empatados com 58 pontos, lideravam o campeonato, o time celeste era o 1º colocado, pelo critério de saldo de gols.
Além de ser o jogo mais esperado, foi sem dúvida o melhor jogo do campeonato. O Cruzeiro possuía um super time liderado pelo craque Alex, e contava com Aristizábal, Maldonado, Cris e o grande técnico Vanderley Luxemburgo. O Santos, além de ser o atual campeão brasileiro e vice-campeão da Libertadores, era treinado pelo polêmico treinador Emerson Leão, e contava com Robinho, Fábio Costa, Léo, Elano, Diego lesionado, desfalcava a equipe naquele jogo.
Como era de costume, em jogos no Mineirão, o Cruzeiro foi para pressão inicial logo nos primeiros minutos. Aos 14 minutos, André Luis fez pênalti em Wendel, que foi convertido pelo colombiano Aristizábal. Após o 1º gol, o Santos foi pra cima e teve chances com Robinho e Alex, ambas defendidas pelo goleiro Gomes. Pelo lado do Cruzeiro, Alex regia o ataque, que teve chances com Cris e Aristizábal, ambas concluídas no travessão.
Na segunda etapa, a partida fica quente, quando Fabiano desfere uma cotovelada em Wendel, e o árbitro Heber Roberto Lopes aplica o cartão vermelho ao meia santista. O treinador Emerson Leão fica revoltado, deixa a área técnica para protestar e também é expulso, dando início a uma grande confusão na lateral do gramado. Durante essa confusão, o Cruzeiro aproveita e faz 2 gols em 4 minutos, aos 24 com Felipe Melo, e aos 28 novamente com Aristizábal, ambos em vacilos da defesa santista. Com 3-0, no placar e um Mineirão enlouquecido, foi se esperando o final do jogo.
Ao final da partida, o Cruzeiro abriria 3 pontos do Santos, e se isolava na liderança do Campeonato Brasileiro, sem mais confronto direto com o peixe, o título já se tornava realidade, pela campanha totalmente regular do time celeste. Embora muitos, achavam que não estava definido.
Portanto, dois meses após aquele grande jogo. O Cruzeiro se sagraria campeão brasileiro de 2003, com um aproveitamento ainda mais superior, do aquele no dia 20 de setembro.

10 anos se passaram, novamente o Cruzeiro liderando um campeonato com amplo favoritismo, e novamente, no mesmo Mineirão, enfrentaria uma "final antecipada", só que dessa vez contra o Botafogo, de Seedorf, Jefferson, Lodeiro, Rafael Marques e do experiente treinador Oswaldo de Oliveira.
Por mera coincidência, na mesma semana do dia 20 de setembro, só que no dia 18. E também pela mesma semelhança no placar, com 3-0. Abrindo uma vantagem ainda maior na liderança, e ficando perto do título.

Para registro: Renato, volante que atualmente joga pelo Botafogo, jogou a partida de ontem e também jogou pelo Santos, a "final antecipada" de 2003.

Abaixo, um vídeo com uma reportagem daquele grande jogo, no dia 20 de setembro de 2003:







domingo, 8 de setembro de 2013

A HISTÓRIA RECENTE DO "FURACAONISMO"

Quando aconteceu a  demolição do antigo estádio Joaquim Américo,  ela seria o 1º marco da construção da Arena Baixada. Esse período duraria, cerca de 18 meses, até sua inauguração no dia 24 de junho de 1999.
A Arena da Baixada seria o início de uma nova era para o Atlético/Pr, conhecido por Furacão em 1949-por conseguir 11 goleadas consecutivas-50 anos depois, o time voltaria a conviver com esse "status".
Durante aquele o Brasileirão de 1999, jogar contra o Atlético/Pr era algo muito complicado e difícil. O time comandado pelo treinador Vadão, contava com um ataque forte, formado por Kleberson, Adriano Gabirú, Lucas, Kléber Pereira e Kelly. E dentro do estádio, foram 10 jogos, 6 vitórias, 3 empates, e apenas uma única derrotas. 2 goleadas, como as vitórias sobre o São Paulo(4-1), e Santos(3-0).
Com uma campanha ruim, fora da Arena da Baixada, o Atlético/Pr terminou a fase de classificação, em 9º lugar. Mas ela seria compensada, após isso, na Seletiva para Libertadores, torneio que daria uma vaga para a Libertadores de 2000, e que contava com os times eliminados do Brasileirão 1999.
O Atlético/Pr eliminaria em jogos mata-mata: Portuguesa, Coritiba, Internacional, São Paulo e por último faria a final contra o Cruzeiro, na qual venceria os dois jogos, e conquistaria o passaporte para disputar a Libertadores, a sua 1ª na história.
A Libertadores de 2000, traria um fato curioso. Palmeiras e Corinthians venderiam a maior parte dos direitos de transmissão para a Psn. Sendo assim, Bandeirantes e Globo, emissoras da tv aberta, que televisionavam a competição, passariam alguns jogos do Atlético/Pr. E o torcedor de outra região do país, fora do estado do Paraná, como no meu caso, teria o prazer de ver alguns jogos do Furacão, e era de fato um Furacão. O Atlético/Pr que seguia comandado pelo treinador Vadão, e que contava com boa parte do elenco de 1999, seria o 2º melhor time da fase de classificação(atrás somente do América de Cali), com 16 pontos, 5 vitórias, e apenas um único empate. Nas oitavas de finais, o time enfrentaria o Atlético/Mg, seria derrotado no Mineirão, por 1-0. E faria um excelente jogo, na partida de volta na Arena da Baixada, com um começo massacrante, abriria 2-0, em 10 minutos. O prenúncio de uma goleada, não confirmaria, e o time há 10 minutos do fim, sofreria um gol de Marques, que levaria o jogo para a decisão de pênaltis, na qual o Furacão seria eliminado.
Mesmo com uma eliminação precoce, o técnica e o conjunto daquele time proporcionava um futebol vistoso, que me deixou naquele noite triste por aquela eliminação. A simbiose entre o time, a torcida e a Arena da Baixada era praticamente perfeita.
Um ano e meio depois, e sob comando do treinador Geninho e com ainda alguns jogadores dos anos anterioresO Atlético/Pr faria uma excelente campanha no Brasileiro de 2001. 2º melhor colocado na fase de classificação, o time eliminaria o São Paulo nas quartas, Fluminense nas semis, e venceria as duas finais contra o São Caetano.
Alex Mineiro, seria o nome daquela grande conquista, a 1ª de grande expressão da história do clube, e novamente com a Arena da Baixada, sendo o 12º jogador, de 16 jogos no estádio, foram 12 vitórias, 3 empates e uma única derrota.





O Atlético voltaria a conviver com o "status" de Furacão, em 2004, durante o Brasileirão. O time novamente contava com um ataque arrasador, formado por Jadson, Fernandinho, Denis Marques e Washigton. Dagoberto se machucou durante a competição, e acabou perdendo a vaga para Denis Marques. Mesmo assim a equipe acabou deixando escapar o título praticamente ganho, para o Santos, nas últimas rodadas.
No ano seguinte, o time disputaria novamente a Libertadores(pela 3ª vez), chegaria a final, sendo derrotado pelo São Paulo. Mas o time daquele ano, sofrera um desmanche, em relação ao do ano anterior, e acabou não sendo tão "Furacão" assim.
Após 2005, o Atlético Pr começou a sofrer e passou a não figurar mais nas grandes competições. De repente a Arena da Baixada, se tornava o único grande jogador, e depois nem mais. Tanto é, que no ano de 2011, o time acabou sendo rebaixado para a Série B e no mesmo dia, se desligaria da Arena da Baixada, nos próximos 3 anos.
Com sofrimento e longe de casa, o Atlético/Pr conseguiu o acesso para a Série A no final de 2012. E nesse ano, abdicaria do Estadual, e criava dentro de muitos(inclusive a mim), um time confuso. No mês de julho, após a saída do treinador Ricardo Drubscky era o 19º colocado. Com a chegada do treinador Vagner Mancini o time iniciou uma longa sequência invicta, uma identidade com um estádio caldeirão, a Vila Capanema e culminou com uma arrancada histórica e uma vaga no G4 do Campeonato Brasileiro. Além de eliminar o Palmeiras, pela Copa do Brasil. E se ouvia nas arquibancadas:"O Furacão voltou..."
Atlético/Pr vivendo o seu "furacaonismo" novamente, e novamente sem grandes jogadores de expressão e de destaque, como a história sempre conta. E sendo temido pelos grandes clubes do Brasil, como a história já contou em outros capítulos, não muito distante.

Abaixo, um vídeo sobre o momento máximo do "Furacão" no início dos anos 2000: